quarta-feira, 8 de junho de 2011




Eu gosto de ser assim, sozinha. Gosto de viver minhas confusões sem confundir mais ninguém. É por isso que, quando você chega, eu fico tão quieta, tão sem expressão: eu não sei não ser só minha.
Eu gosto de ficar sozinha. Assim machuca menos gente, me machuca menos. Não é de propósito, mas não vou achar ruim se duvidar disso. É por isso que quando você vai embora eu me sinto vazia, mas não choro.
Eu me acostumei a viver sozinha. É como um escudo, não deixo (quase) ninguém se aproximar. É por isso que eu demorei tanto pra te querer aqui comigo e você me decepcionou rápido demais. Eu já esperava.

terça-feira, 7 de junho de 2011

Rosto belo, singelo, 
 mãos macias que deixam marcas, 
leves marcas pedindo retorno.

Olhar quente, provocante,
daqueles que a saudade suplica a volta
e o medo agonia por querer.

Vida invejada, cobiçada, 
cheia de histórias sem final feliz
e muitas sem começo.

Pensamento vago, fraco,
que muitas vezes tem um rumo certo
mas que não chega.

Lembranças boas, raras,
muitas delas sem mistério
outras com segredos.

Coração forte, independente,
que carrega muitas vontades
uma delas é a felicidade.

Moça que não vive de amargura,
mas que cruelmente
esconde-se atrás de uma moldura.
 
 
 
Mas era dura porque era sem cor, sem ritmo e também sem forma. Os dias passavam, passavam e passavam, alcançavam as semanas, dobravam as quinzenas, atingiam os meses, acumulavam-se em anos, amontoavam-se em décadas — e nada acontecia. Eu tinha a impressão de viver dentro de uma enorme e vazia bola de gás, em constante rotação.